Que me espanta, espanta, saber que ainda existem brasileiros defendendo Lula, Dilma, seus governos e seus aliados. Mas, mais ainda me espanta são teses estapafúrdias, às vezes ingênuas, tolas ou, pior, muitas vergonhosamente desonestas, que lançam em defesa do que ai está posto e que afronta 90% dos brasileiros, sendo boazinha.
A mais surrada é a de Golpe. Mas esta, já era, nem é preciso
mais desmontar, a tese apodreceu a fatos abertos. E só pra resumir: a
legitimidade de um cargo eletivo não está apenas na sua eleição, pelo voto, mas
no exercício do mandato. Pelo mesmo mecanismo que lhe confere o cargo, o
diploma, é também possível cassa-lo: a lei, a Constituição. Portanto, não há
golpe em curso.
Outra bobagem flagrante é que estão nas ruas a direita
reacionária que quer a volta dos militares, ou a chamada elite branca com suas
panelas gourmets (nem sei o que isso significa), nas varandas dos Jardins. Nem 0,5%
dos brasileiros dos grandes centros
querem militares de volta. Essa inexpressiva parcela da população agora está levando
seu recado para o mundo! Artificialidade e boçalidade dão por encerrada esta
tese tosca.
E por ai vai, já que nenhuma prospera. O que ninguém
observou claramente, é que quem vai às ruas é a classe média, a abominável
classe média de Marilena Chauí (ela deve ter arrependimento mortal de sua fala,
que enterrou sua fama de intelectual), quiçá boa parte da IMENSA classe média
de Dilma (aquela que ganha de 700 a 1200 por mês).
Mas eu estou perplexa mesmo com a última tese, já presente
na fala de alguns ministros. Eles não saem de uma entrevistinha qualquer sem
lança-la: a tese da INTOLERÂNCIA. Lá vem o termo com jeitão de politicamente
correto, com seus arautos posando, por cima, de democráticos, como se o termo
fosse um valor em si. Pra variar um engano, outro.
Para começar TOLERAR é um termo inequívoco e significa ter
paciência, suportar com indulgência. Tolerar também carrega o significado de
admitir, dar tácito consentimento.
Ora, como podemos suportar com indulgência? Ou ainda, dar
tácito consentimento a tudo que assistimos, perplexos, todos os dias desde o
MENSALÃO, há dez anos? Só há uma forma de dizer não a isso tudo. Indo às ruas. Nós,
brasileiros não somos por essência, mas ESTAMOS INTOLERANTES, sim e desculpem a
liberdade sintática. Mas, de fato, ESTAMOS INTOLERANTES.
Intolerantes com a corrupção claramente posta, mas que não atinge seus mandatários;
Intolerantes com a crise econômica avassaladora que é resultado exclusivo de uma política
econômica irresponsável, equivocada e, ademais, recheada de mentiras;
Intolerantes com a quebra da PETROBRÁS e sua total
desvalorização por ter sido simplesmente assaltada por uma quadrilha;
Intolerantes em ter clareza que esta quadrilha não é formada
apenas por mega empresários, altos funcionários da estatal e políticos de
segundo escalão e até mesmo do chamado baixo clero;
Intolerantes com o uso da máquina pública para a perpetuação no poder com
flagrantes efeitos nos resultados dos pleitos;
Intolerantes com os serviços de Saúde caóticos, hospitais
sem leitos ou médicos desmentindo a publicidade escandalosa;
Intolerantes com Programas de Saúde como o Mais Médicos que
ainda expõe, ademais sua ineficiência, a
face criminosa de um Regime que fornece ao profissional (aqui o médico), apenas
20% do valor pago por seus serviços;
Intolerantes, de como uma escandalosa contratação de Médicos permanece
sem que nenhuma Instituição (como
Ministério Público ou a Ordem dos Advogados do Brasil) enfrente e desmantele;
Intolerantes com a Pátria Educadora que se firma na estrada
a publicidade para enganar o povo e perpetuar a ignorância;
Intolerantes com o uso do dinheiro dos pagadores de impostos
e que carrega a absurda proporção de 75% dos recursos sendo usados na
MANUTENÇÃO DO ESTADO e Previdência Social e o restante para TODO o resto.
Intolerantes, aliás, com o tamanho do Estado que transformou
o brasileiro em SERVO dos Senhores dos Castelos do Planalto Central, na
reprodução perversa do sistema econômico medieval;
Intolerantes com a carga tributária que ainda pretende ser
maior;
Intolerantes com o governo perdulário que torra o dinheiro
dos pagadores de impostos na mais escandalosa e flagrante apropriação indébita.
Eis senhores Ministros, nossa intolerância, acrescentando
aqui uma visceral intolerância ao PIXULECO.
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