sexta-feira, 22 de junho de 2012


Aloprados, uni-vos


Lula para livrar-se das acusações que lhe imputavam sobre a compra do Dossiê falso sobre José Serra, em setembro de 2006, como forma de avançar na eleição em São Paulo, foi logo tratando de chamar seus correligionários de aloprados. Seus asseclas novamente assumiam a culpa, como ato de profunda gratidão, e o Brasil seguia, como se as práticas petistas dissessem respeito apenas ao PT. O Brasil seguia, vendo a investigação terminar em nota do TSE que julgou não haver qualquer prova do envolvimento do PT no caso desse dossiê.
Agora, um promotor corajoso, indicia os aloprados. E os aloprados, tanto quanto qualquer político acusado de corrupção ou práticas indecorosas, não somente negam as acusações, como atribuem as suspeitas a invenções de adversários. Agem como se as prisões em flagrante e a posse de grande quantia de dinheiro não declarado (em espécie, naturalmente), amplamente filmada e fotografada, fossem meras intrigas para desestabilizar as eleições à prefeitura – talvez de São Paulo, sempre uma pedra nos sapatos de Lula e o PT.
Mas o que importa agora é a investigação transparente e a lisura na continuidade do processo.
Disto devemos tratar, inclusive o PT, para que tais práticas sejam definitivamente eliminadas de nosso ambiente político-partidário.
Quando se trata de acusações de corrupção que envolvem o PT ou seus membros, o formalismo das ações é irritante e resumidos a declarações. Pareço reviver os terríveis tempos da ditadura militar quando a palavra oficial era sempre formal e mentirosa. Enquanto a tortura assolava os porões da ditadura, o governo negava com uma cara de pau que atingia a boca do estômago. Hoje, quando as negativas petistas iniciam sua jornada para formar uma cortina de fumaça, até que a mídia e povo se entretenham com novo escândalo ou tragédia, sinto náuseas, muitas náuseas. Esperava, de quem já condenou em seus discursos, tais práticas, uma atitude lúcida, correta, ética. Mas, para o poder parece haver um só interesse: o poder. Deste modo, sacrifiquemos quaisquer atributos morais, éticos – que, são, em suma, a mesma coisa.
O que me indigna é a paciência do povo brasileiro em relação a tais episódios deploráveis. Com tantos recursos de expressão hoje, o que vemos é uma apatia estonteante da juventude, dos estudantes, dos formadores de opinião e, principalmente da mídia, que parece porta-voz do Estado, do poder. E as militâncias, de qualquer nível, estão sempre ligadas a partidos políticos, e não a um ideal de país, só alcançado com a mobilização desvinculada de entidades que talvez sem exceção, já tiveram parentesco, no mínimo denunciado, com a corrupção.
Pobre Brasil, ostenta faca e queijo, mas continua dormindo em berço esplêndido!

SACOLINHAS PLÁSTICAS CONCORDAR DISCORDANDO...

Concordo com o óbvio, não quero nem pensar que alguém possa achar que estou sendo leviana ou, pior crime de hoje, ecologicamente irresponsável. Mas vamos ponderar alguns aspectos sobre a simples proibição das sacolinhas plásticas nos super-mercados?

Em primeiro lugar: como devemos embalar nosso lixo não reciclável, não orgânico e até mesmo o orgânico?

Em sacos plásticos, obviamente. Como é a coleta desse lixo nas portas de nossas casas?
Em sacos plásticos, naturalmente. Porém em sacos plásticos pagos por nós, comprados com margem de lucro, nas prateleiras dos supermercados.

A não ser que tenhamos outra forma de descarte de nosso lixo - e não embalado em sacos plásticos - não há o que argumentar os ambientalistas. Eles querem plásticos pretos ao invés de sacolas com logotipos, enchendo os lixões?

Teremos outro tipo de coleta? Locais para descartarmos nosso lixo sujo e que irá para aterros ditos sanitários?

Negativo: teremos que ensacar em sacos azuis ou pretos, À VENDA nos supermercados! Não teremos outra alternativa senão comprarmos sacos plásticos para nossos lixo, comprarmos sacolas retornáveis para nossas compras. E isso, considerando que não compramos em grandes quantidades, nos privando enormemente do custo de escala - que os supermercados conseguem em função do volume que costumeiramente comprarm.

Em suma, antes pagávamos baixo preços pelas sacolinhas (que, de algum modo, evidentemente os supermercados incluiam em seus "custos fixos", ou seja, não nos davam, pagávamos por eles. Agora teremos que comprar sacos para lixo que estarão em todas as prateleiras de todos os supermercados.

Ou seja: os supermercados agora não somente deixaram de comprar as sacolas, como agora nos vendem os sacos plásticos - COM LUCRO, claro.

Mais um ponto a ponderar: o problema não é o uso das sacolas, MAS SEU DESCARTE. Temos que aprender a descartar as sacolas plásticas, assim como aprendemos com as garrafas PET, latinhas de cerveja, embalagens longa vida e até papel.  Eu apoiaria abolir as sacolas plásticas do super mercado, mas apenas se forem abolidas, de toda e qualquer prateleira, a venda dos sacos para lixo de plástico. Sem esquecer um projeto - ainda que de longo prazo - de excluir todos os descartáveis plásticos das prateleiras - não há produto nessas prateleiras que não contenham o inominável plástico cujas indústrias geram impostos, divisas, empregos. Mais uma vez temos que considerar: precisamos cuidar do descarte.

E, enquanto a coleta de lixo aceitar aqueles sacos pretos ou azuis, DE PLÁSTICO, não vejo qualquer motivo para nos impedir de usar aquelas que carregamos nossas compras. Muitas empresas que fabricam tais sacolas vão ter que se reinventar (e o farão), muitos empregos serão extintos, por que vereadores metidos a ecológicos, resolveram atacar apenas uma parte de amplo problema e pior: atacaram o efeito e não a causa.

As sacolas plásticas deviam ser biodegradáveis e as grandes redes podem, perfeitamente, arcar com parte do preço do descarte do nosso lixo. Agora, convenhamos, o preço ficou para o consumidor. Pegue, pague.