segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Aborto, a minha pá de cal...

SEMPRE fui contra o aborto, mas por ser uma defensora radical das mulheres acabava justificando suas escolhas com descabida complacência em relação aos meus valores íntimos. Nunca estive em tal dilema moral, mas considerava legítimo os sentimentos femininos na tentativa explicar (mas não justificar) esta perversão que, afinal é o aborto. E dizia: sou contra o aborto, mas não sou contra quem faz aborto.

Que confortável posição, a minha.  Supunha angariar a simpatia dos dois lados. Ou presumia angariar. E fiquei em cima do muro numa das questões principais do nosso tempo.

Mas, tem dias que sou assim: acordo com o tacape na mão e não descanso enquanto não liquido e estraçalho uma questão pendente (comigo mesma, bem entendido). E hoje, nem sei bem porque, estraçalhei o aborto. E firmei posição contra. Sem reservas, apenas as ressalvas legais vigentes  - considero-as corretas.

O aborto não pode e não deve ser institucionalizado. É sim uma forma de homicídio. É perverso. A  prática deve ser proibida e se for paga pelo Estado, este estará acolhendo esta perversidade, sendo co-autor deste crime.

Disse acima que o aborto é uma forma de homicídio e me corrijo: é homicídio e talvez o mais covarde.

A liberdade sexual deve levar os indivíduos a escolhas responsáveis e só podemos imaginar que a anticoncepção seja a única forma de definir escolhas sobre ter ou não ter filhos. Hoje os métodos estão disponíveis, são baratos, seguros, práticos.

Não à descriminalização do aborto, chega desta perspectiva tolerante, cheia de dogmas vencidos como direito ao corpo que resulta na morte da criança não nascida. Este é o caminho para que a humanidade possa banir o aborto em curto espaço de tempo. #abortonão. #nãoaoaborto.