sábado, 23 de dezembro de 2017

Do verme à podridão II

Vou navegar na contramão, como ordinariamente ocorre e dizer que o ministro do supremo que eu mais gosto é Gilmar Mendes. Você é louca, Roxana. Um pouquinho, quem me conhece, sabe: sim!
Mas, lamento, cabe-me a razão.
Temos o pior quadro do Supremo dos últimos... bem, diria quarenta anos só para falar do meu tempo de alguma consciência sobre sua atuação.
Vou sair dizendo que os piores ministros do atual Supremo são Barroso e Fachin.
Mas não vou falar de todos, mas começo pelos piores.
1 - FACHIN deu PERDÃO JUDICIAL aos açougueiros Batista. Não consigo imaginar algo pior para dizer sobre um ministro do Supremo! Ninguém fala no Fachin, por que todos queriam, na época, derrubar o Temer, legítimo presidente após a queda da anta - não vou falar de Temer agora. Mas, convenhamos, perdão judicial para dois sujeitos que enriqueceram sob o governo LULA de modo tão extraordinário e desonesto, é de amargar.
2 - Barroso é braço petista do Supremo e apenas um demagogo. Suas falas dão vergonha até para aqueles - como eu - que não conhece as leis. E Barroso adora dizer que eles prendem e Gilmar solta. Mas isso é mentira. Além de tudo ninguém não é decisão monocrática como todo mundo pensa. É preliminar, liminar. E a outra parte pode recorrer e o PLENO deve então se manifestar. Trata-se de decisão coletiva. Mas Barroso cria a cascata - típica dos demagogos - e todo mundo acredita.E depois ele foi o homem que SOLTOU José Dirceu! Barroso ressuscitou os embargos infringentes. Quem se lembra? Ah, mas José Dirceu é outra coisa, né?
Mas e Carmem Lúcia que homologou - sem qualquer necessidade de pressa - OITENTA DELAÇÕES PREMIADAS num único fim de semana! Podemos dizer sem medo de erro que ela homologou SEM LER né não? Gracinha, né gente?
O pior Supremo que temos, desde muitos governos, mas com maioria indicada por Lula e Dilma, ou seja, um Supremo que ajuda a devastar o país.
Agora, a favor de Gilmar Mendes eu digo: seus votos são técnicos, manda soltar quem tem direito legal à esta liberdade, ele é contra o abuso da prisão preventiva - pensamento moderno, justiça na democracia deve ser pensada para soltar e não para prender - ainda mais preventivamente. Deve ser somente após sentença condenatória, em flagrante ou dentro da lei da prisão preventiva.
Gilmar Mendes e Celso de Mello e, tenho observado, Toffoli são os mais técnicos. Agora temos Alexandre de Morais... este está me decepcionando um pouco. Fala umas coisas esquisitas.

Como podem observar, discordo. Mas sou muito louca não.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Verme e podridão, assim, grudados.

Está rolando ai um abaixo assinado para o impeachment de Gilmar Mendes. Engraçado que ninguém fala em pedir o impeachment de Fachin ou Janot, que estão cometendo flagrantes ILEGALIDADES. Ou tem alguém achando que aquelas gravações dos irmãos Batista que lhes proporcionaram o perdão por serem os campeões dos crimes não estão crivadas de ilegalidades?
Mas, vamos analisar friamente o DEIXA QUE EU CHUTO Gilmar Mendes. Comparativamente, digo com franqueza, pra mim, Gilmar é o MELHOR - podemos pensar no decano, Celso de Mello,tudo bem. Vota sempre com clareza e também votos técnicos, e foi assim também que votou no caso dos embargos infringentes de José Dirceu - mas isso fica pra outra hora.
Mas Gilmar é um liberal, ao pensar o Estado e a Economia e não inventa lei. Seus votos são técnicos e quase sempre concordo com seus votos. Já ouvi muitos e li vários na íntegra! Não estou falando de orelhada, que todo mundo sabe que sou louca mesmo e leio petições e votos na íntegra.
E desta vez Gilmar tb foi técnico, mas não somente.
Teria que cassar a chapa Dilma Temer, ora essa. Também achei isso, mas vão me desculpando, se era para cassar esta chapa era para ter feito isso no máximo uns 3 meses depois da inicial. Teve o impeachment e o relator - que agora posa de caça corruptos - não se manifestou! Ah, Brasil...
E quem vai ficar no lugar de Temer? Rodrigo Maia comandando eleições indiretas? E quem será eleito por este congresso? Temos alguém, neste momento? Eu até acho que poderia ser FHC ou José Serra. Mas já imaginaram a gritaria? E acham mesmo que escolheriam algum notável?
Será que estas eleições indiretas (diretas, não, né gente? Diretas-já é uma bobagem de gente que quer só a gritaria. E não vai rolar, é inconstitucional, etc) e iria iria arrastar essa crise e e clima de indecisão que servirá apenas aos especuladores financeiros - costumam LUCRAR muito com a crise. E quem perde? Classe média (existe ainda?) e os pobres.
Gilmar também fez algo que a lei também aconselha: In dubio pro reo. Gilmar aliás, só precisaria votar para desempatar. E, reitero, no desempate, pro réu. Mas, no fundo Gilmar Mendes fez o que muita gente de bom senso faria: optou pelo MAL MENOR.
A gente tem que lembrar que QUEM DESTRUIU O BRASIL, deixou tudo assim, como está, FOI O PETISMO, LULA, DILMA, sua corrupção institucionalizada e praticada em escala jamais vista. E entre a HERANÇA MALDITA desse grupo inominável, o velho PMDB com seu fisiologismo. Ficasse no fisiologismo, tudo bem. Mas está ligado ao PT como "o verme à podridão" e praticou o que nos enoja a todos. Sim, nos enoja.
Temer compõe esse grupo que nos enoja. Mas ao menos é moderado. E são os moderados que salvam o país, já que os moderados costumam conduzir reformas. Os radicais já partem para a destruição e porrada. Sejam de direita. Sejam de esquerda.
Sigamos. E que este "mal menor" seja de fato menor. Para isso, claro, devemos observar todos os políticos, todos os ministros, todo o JUDICIÁRIO que está querendo mandar no Brasil. Mas não pode. São 3 poderes. E nenhum deve se sobrepor ao outro. Assim é a república. Assim deve ser nossa democracia.
#ficatemer. #discordopontocom.

"verme à podridão", expressão de Guerra Junqueiro em Caridade e Justiça, poema do livro A Velhice do Padre Eterno.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Os dias eram assim, ou, não, os dias não eram assim.


Que preguiça a série da Globo "Assim eram os dias". Começa com o personagem cantando Deus lhe Pague quase dois anos antes dela ser composta, até colocar os cenários dos escritórios brasileiros imitando sofisticadas séries inglesas e as casas com leve aspecto vintage, como manda certa estética presente. Pesquisar revistas de decoração da época jamais seria suficiente para orientar um cenógrafo. Poderiam pesquisar as próprias novelas da rede Globo que embora não revelassem a verdadeira casa brasileira ao menos não lhe emprestaria a sofisticação apresentada na série. Não, não tínhamos aquelas casas, aquelas lojas, a utilização daqueles designers vanguardistas.
A ficção não se presta ao realismo, mas reconstituição de épocas não prescinde desse rigor, não deve ofender a realidade. Um exemplo da irresponsabilidade da pesquisa histórica - o diabo também está nos detalhes - foi inventar batons vermelhos para filhinha contestadora. As contestadoras dessa geração eram aquelas que saiam de cara-lavada, rabo de cavalo, ofendendo o padrão de beleza das mocinhas de família com vestidinhos bordados e batons cor de rosa. O batom, aliás, nesses anos de estética frágil e flutuante, foi banido. A indústria cosmética demorou muito para perceber a importância deste produto em seu faturamento. Depois surge nas ruas, um jovem pichando Abaixo a Ditadura usando um impensável moleton com improvável mochila nas costas. Isso sem considerar as calças de brim largonas - ou eram apertadérrimas (cafona, digamos assim) ou bocas de sino. Ah, em tempo: as pichações Abaixo a Ditadura foram muito comuns dois anos antes. Em 1970 havia um clima de mordaça de outra natureza e não mais as grandes passeatas e correria pelas ruas, menos ainda longos tiroteios que serviram de trilha sonora para o beijo do casal central.
E o máximo que podemos condenscender em relação à bomba caseira atirada no saguão de um edifício no centro da cidade é que tenha sido uma uma alusão ao Orlando Lovecchio. Mas duvido, pois esse jovem que foi vítima, em plena Avenida Paulista, de um atentado a bomba praticado pela guerrilha que atuava contra o regime militar no Brasil, em 1968, ou seja, vítima dos heróis que talvez sejam enaltecidos na série.
Também não é plausível "inaugurar" uma placa Brasil, ame-o ou deixe-o" slogan da era Médice que surgiu aos poucos, como adesivos para carros, penetrando sorrateiramente na mente dos incautos brasileiros que precisavam mesmo é ralar para fazer frente a inflação que os ameaçava com a crise do petróleo. Os cenários e figurinos são vergonhosamente anacrônicos. Só faltou a fotógrafa fazer um selfie da fuga.